sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Agricultores abandonam terras por causa de prejuízo com a seca em MG

Agricultores abandonam terras por causa de prejuízo com a seca em MG

Falta de emprego faz os trabalhadores mudarem para outros estados.
Mais de 200 caminhões distribuem água em propriedades do norte de MG.

A seca provocou uma situação dramática para agricultores do norte de Minas Gerais. A falta de emprego faz os trabalhadores mudarem para outros estados. Desde janeiro não tem chuva na região. Foram registrados apenas 15 milímetros nos seis primeiros meses deste ano. Agricultores do município de Catuti se reuniram em penitência para pedir o fim da estiagem.
O agricultor Mário Barbosa, de 80 anos, tinha um rebanho de 47 cabeças na propriedade em Espinosa. Mas os 27 animais que sobreviveram estão debilitados, com baixo valor no mercado. Quando o caroço de algodão vai para o coxo é possível perceber o tamanho da fome. Pelo pasto seco, o produtor sabe exatamente o caminho que cada animal percorreu antes de morrer. Ele acumula um prejuízo de R$ 20 mil.
A barragem do Estreito, que abastece o município de Espinosa, deveria estar inundada se não fosse a estiagem rigorosa. Aproximadamente dois mil hectares de plantações deixaram de ser irrigados. A estação de captação da companhia de abastecimento está desativada por falta de água. A capacidade máxima da represa é de 76 milhões de metros cúbicos. Deste total, restaram apenas 8%.
Mais de 200 caminhões pipa distribuem água nas propriedades do norte de Minas Gerais. Mas nem sempre os caminhões são suficientes. Em Mamonas, a seca castiga mais de dois mil produtores.
No sertão, persistir é mania tanto dos homens quanto dos animais. Mas em algum momento alguns desistem. Quem antes lidava com a terra, agora vai revirar concreto. Eles serão operários da construção civil em São Paulo. "Sai na expectativa de encontrar uma melhora para poder adquirir o pão de cada dia para a família”, diz o agricultor Amilton Lima.

 

 

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