O povoado de Minas Gerais tem seu início com os
colonizadores portugueses que, levando armas, ferramentas, utensílios e bem
providos de mantimentos, penetravam por matas fechadas, abrindo caminhos
orientados pelas serras e rios que serviam-lhes de roteiros.
À
medida que os portugueses foram tomando conhecimento das riquezas existentes no
território da atual Minas Gerais, numerosos aventureiros começaram a chegar à
procura do ouro, promovendo o desbravamento da região, ocupando lugares
distantes da costa brasileira, surgindo, assim, as primeiras povoações.
Em nossa localidade não se pode determinar exatamente
o início da povoação. O primeiro documento histórico do município de Perdões,
de que se tem conhecimento, data de 1770 e registra a existência do português
Romão Fagundes do Amaral, como fato determinado. Uma carta de Sesmaria,
concedida a ele, encontra-se no Arquivo Público Mineiro, livro cento e setenta
e dois, página sessenta e nove e data de vinte e seis de novembro do ano de
1770. Nesse documento, pode-se constatar que Romão Fagundes era morador da
Serra de Ibituruna, Termo da Villa de São José, Comarca do Rio das Mortes e
através dele requeria que lhe concedessem terras na serra chamada de Senhor Bom
Jesus, onde teve início o povoado de Perdões, justificando ter escravos e não
ter em que ocupá-los. A ocupação, a que se referia Romão Fagundes, era a
procura constante do ouro. A aprovação do pedido de concessão das terras foi
firmada por Dom José Luiz de Menezes Abranches Castelo Branco e Noronha, Conde
de Valladares, então Governador e Capitão General da Capitania de Minas Gerais.
O processo de demarcação de sesmaria, requerido em 1772, encontra-se no Arquivo
Regional de São João Del Rei Pró-Memória.
O povoado denominado Retiro dos Pimenta tem sua
história diretamente ligada ao arraial do Senhor Bom Jesus dos Perdões,
constando, em relatos, a presença de Romão Fagundes nessa localidade,
trabalhando a extração do ouro.
A tradição local refere-se ao cacho de bananas de
ouro, confeccionado por Romão Fagundes e enviado à Corte Portuguesa que se
achava, então, no Rio de Janeiro, como oferenda a El Rei D. João VI. Há relatos
de que o cacho de bananas fora enviado a D. Maria I e que, talvez, por
sonegação de impostos, ele tenha usado desse artifício para pedir clemência,
tendo sido perdoado, dando origem ao nome Perdões.
Citação do livro Perdões e Sua
História de Cleuza Carvalho Marques
Gostaria de conhecer você, acho muito linda
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